MURÇA

Murça, é uma vila portuguesa, localizada na sub-região do Douro, no distrito de Vila Real. De paisagem tipicamente transmontana, onde, dizem os locais, se passam nove meses de inverno e três de inferno, existe uma lenda que atravessa as brumas do tempo: a da "Porca de Murça".

Murça, é uma vila portuguesa, localizada na sub-região do Douro, no distrito de Vila Real. De paisagem tipicamente transmontana, onde, dizem os locais, se passam nove meses de inverno e três de inferno, existe uma lenda que atravessa as brumas do tempo: a da "Porca de Murça".

Tal como todas as outras, é fruto do imaginário popular, que se materializa com a exibição de uma escultura na Praça 31 de Janeiro ou 25 de Abril; a conhecida "Porca de Murça", grande estátua em pedra em forma de berrão, originária da Idade do Ferro e à qual se pensa estarem associados cultos de fertilidade dos povos celtas.  

Também se diz na lenda, que no século VIII esta povoação e seu termo eram assolados por grande quantidade de ursos e javalis. Os senhores da Vila, ajudados pelo povo, fizeram montarias que escorraçaram para muito longe tamanhas feras.

Entre esta multidão de quadrúpedes, havia uma porca que se tinha tornado o terror dos povos, pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade, e por ser tão matreira, que nunca poderia ter sido morta por caçadores. Em 775, o Senhor de Murça, cavaleiro de grandes portentos e de não menor coragem, decidiu matar a porca, com tanto ardil que empregou, libertando a terra de tão incómodo hóspede. Em memória desta façanha, construiu-se o  monumento alcunhado a "Porca de Murça",  comprometendo-se os habitantes, por si e seus sucessores, a darem ao senhor em reconhecimento de tal benefício, para ele e seus herdeiros, até ao fim do mundo, três arreteis de cera anualmente, por cada fogo, sendo pago este foro mesmo junto à porca.

É de realçar a escola primária de Murça situada na Rua Comendador Américo Breia que inicialmente era composta por dois edifícios. O primeiro edifício foi concluído em 1905 no Reinado de D. Carlos I (O Diplomata – 33º Rei de Portugal) e era constituído por duas salas de aula e uma casa de habitação que se destinava aos professores que aqui lecionassem. Mais tarde, esta serviu também de Delegação Escolar e Museu Escolar.As atividades escolares foram aqui iniciadas pelos mestres José Baptista Lobo e D. Maria Joaquina Gonçalves de Oliveira.

O segundo edifício foi construído mais tarde, tendo duas salas de aula.

O recreio possuía o tradicional muro que separava o convívio entre rapazes e raparigas. No final de 1946 início de 1947 foi construída a Cantina Escolar que viria a servir de apoio às crianças pobres. Esta foi construída pelo Ministério da Educação tendo sido doada a importância de 200 000$00 para a sua manutenção por Américo Constantino Breia. A esta cantina foi-lhe atribuído o nome de sua mãe Bernardina Breia.

Alguns anos depois de ser construída, ocorreu um incêndio destruindo o edifício quase na sua totalidade, tendo sido reconstruido e adaptado à semelhança do Plano Centenário na década de sessenta.

Em 1997 a Cantina Escolar foi transformada provisoriamente numa Ludoteca Municipal.

Em Janeiro de 2011, todos os alunos que frequentavam esta escola foram transferidos para o novo Centro Escolar. Atualmente ao abrigo de um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Murça, funciona neste edifício, a sede social da Delegação de Murça da Cruz Vermelha Portuguesa. 

Inserido na Região demarcada do Douro, a agricultura tem grande importância na economia do concelho, devido não só à produção vinícola, como também à de azeite e mel. 

Em Murça pode-se observar uma Vila em progresso, detentora de um vasto património, sobretudo eclesiástico, mas também civil edificado, de que é exemplo os passos do concelho.